14 Hábitos de Desenvolvedores Altamente Produtivos - Resenha crítica - Zeno Rocha
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14 Hábitos de Desenvolvedores Altamente Produtivos - resenha crítica

14 Hábitos de Desenvolvedores Altamente Produtivos  Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Tecnologia e Inovação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9781735266510

Editora: Zeno Rocha

Resenha crítica

Hábito 1: Procure os sinais

Rocha acredita que o sucesso profissional está intimamente ligado à consistência. Como em várias outras áreas da vida, os hábitos são os “juros compostos do autoaperfeiçoamento”. Em vez de se perguntar “qual linguagem de programação deveria aprender?”, talvez seja mais útil se perguntar “quais hábitos desenvolver para ser bom em qualquer linguagem?”. 

Tente explorar o conhecimento que já tem em vez de entrar em uma corrida para aprender sistemas novos. Vale trocar o FOMO pelo JOMO. FOMO é “Fear Of Missing Out”, o medo de perder algo. Nesse caso, tempo com a linguagem ou o framework errado. 

Já JOMO, significa “Joy Of Missing Out” e representa o sentimento inverso: se sentir bem com o que você já sabe. Tentar aprender sobre cada novidade que surge não costuma valer a pena e nem sempre os “sistemas da moda” são bons. Por isso, vale focar no que realmente é útil.

Hábito 2: Foco nos fundamentos

Em sua formação, o autor teve que escrever HTML/CSS no bloco de notas, um exercício que detestou. Existiam programas muito mais amigáveis. Ainda assim, a experiência foi importante para memorizar todas as tags HTML e trouxe à tona a importância dos fundamentos. 

Se você é um pintor, talvez não precise de muito conhecimento para produzir o primeiro quadro. Mas se quiser se profissionalizar, vai precisar aprender sobre anatomia, teoria das cores, estudo de formas e por aí vai. O mesmo vale para se tornar um desenvolvedor. O primeiro aplicativo talvez seja produzido de forma simples. 

Mas os próximos, vão exigir noções de experiência do usuário, algoritmos, redes, segurança, lógica e acessibilidade. Vale gastar algum tempo aprendendo sobre os conceitos fundamentais da sua área. O ABC (Always Be Coding) ou “Sempre Continue Programando” é um bom princípio e incentiva a prática.

Hábito 3: Ensinar é igual aprender

Nosso autor acredita que a transmissão de conhecimento traz mais benefícios para aquele que ensina do que para os ensinados, sendo uma das melhores formas de aprender. Se escrever é útil para decorar, ensinar é útil para entender.

Mesmo detestando falar em público, o autor se submete a experiência justamente por esse motivo. Isso pode ser feito de várias formas, desde a criação de um blog até a apresentação de palestras. O único requisito é ter uma pessoa do outro lado. Para Rocha, o conhecimento é mais poderoso quando compartilhado.

Assim, você percebe as lacunas nas coisas que você mesmo sabe e acaba mergulhando ainda mais nos assuntos. A necessidade de explicar costuma exigir a simplificação de cada ideia e deixar claro seus próprios limites. Você pode começar de forma simples, submetendo uma apresentação em um evento on-line ou compartilhando informações na internet.

Hábito 4: Seja sem graça

Existe uma distinção entre consistência e intensidade. Muitos profissionais viram a madrugada trabalhando e despertam admiração por estarem se dedicando muito. No entanto, esse caminho nem sempre é saudável e pode ser o mais curto para a síndrome de burnout. Há apenas intensidade.

Consistência só é adquirida sendo "sem graça" e jogando um "jogo infinito". Jogos finitos são como futebol, o objetivo central é vencer. Já os jogos infinitos, são diferentes. O objetivo é continuar jogando. 

Casamento, por exemplo, é um jogo infinito. Programar também. Aqui, a meta é não parar de programar. Se você “joga” programação como um jogo finito, pode cruzar seus limites e se tornar autodestrutivo. Apesar da romantização, os bons programadores mantêm o sono em dia.

Hábito 5: Faça para o seu futuro eu

Muitos códigos ruins são mais frutos das circunstâncias em que são programados do que das habilidades do programador. Você dificilmente vai produzir bem sob pressão e dependendo de prazos apertados. Se o seu emprego reduz seu potencial, talvez você não esteja no lugar certo. Ainda assim, alguns projetos são prejudicados pelo próprio desenvolvedor. 

É comum dar início a uma tarefa e só retomar depois de um tempo. O problema é que você pode se deparar com um projeto praticamente indecifrável. Por isso, vale pensar no "eu do futuro" e investir em um código legível. 

Sempre que for desenvolver algo, se pergunte se você mesmo vai entender o que produziu daqui a alguns anos. A empatia ajuda outras pessoas a entenderem o que você faz, mesmo que seja você mesmo no futuro. Vale evitar nomes abreviados e termos específicos que mudam com o tempo.

Hábito 6: Seu 9 às 5 não é suficiente

Há vários "desenvolvedores das 9 às 5" que são bons. No entanto, os excelentes costumam não se limitar ao emprego e os que usam o tempo livre para aprender mais. A razão é a limitação tecnológica que o emprego comum cria.

Desenvolvedores empregados costumam depender sempre dos mesmos códigos, linguagens e frameworks. Por isso, as horas fora do trabalho precisam ser bem exploradas caso você queira entrar em contato com outras tecnologias.

Isso não significa que o lazer está banido. É possível assistir Netflix, jogar PlayStation e ainda produzir em um projeto paralelo. A tendência é não ter sua qualidade de vida prejudicada, já que o trabalho é feito livremente.

Hábito 7: Domine o lado sombrio da força

Se hoje as pessoas usam cada vez mais softwares, isso também significa que também há um número igualmente grande de programadores. Quando entrou no mercado, Rocha via a programação como o “lado luminoso da força” e os negócios como o “lado sombrio”.

Ainda assim, percebeu como o assunto faz diferença na sua rotina. Um desenvolvedor não se sustenta se souber apenas habilidades técnicas. Vale aprender sobre negócios, conhecer os termos usados e saber em que lugares do código os clientes costumam ter problemas com mais frequência.

O conhecimento somado de programação e negócios gera uma combinação poderosa. Lidar com consumidores também ajuda a evitar código complexo e apostar em projetos simples, flexíveis, extensíveis e reutilizáveis.

Hábito 8: Projetos paralelos

Os projetos paralelos são a ponte entre o assunto que você gosta e a habilidade que você quer desenvolver. Podem ser uma ótima forma de aprender coisas novas, aumentar seu portfólio, aprimorar o currículo e ainda lidar com desafios sem a pressão dos prazos. 

Embora a teoria dos livros seja importante, poucas coisas são tão válidas quanto pôr a mão na massa sem horários ou especificações. Ainda assim, você vai precisar renunciar parte do seu tempo pessoal e precisa garantir que é a escolha certa. Vale pensar sobre suas melhores ideias. 

Isso porque investir em um projeto significa dizer “não” a outros. Por isso, considere se a tarefa que você escolheu realmente vale o tempo que você vai gastar nela. Por fim, confira se você realmente tem contato com o problema que está tentando resolver e tente aprender mais sobre o assunto.

Hábito 9: Mario ou Sonic?

Se o mercado de programadores fosse um jogo de videogame, seria melhor ser "Sonic" a ser "Mario". O encanador é uma figura que está sempre pulando e fugindo de riscos. É análogo aos desenvolvedores que não param de mudar de emprego.

O problema é que a alternância é uma barreira para se comprometer com desafios de longo prazo e evoluir. Profissionais que gastam pouco tempo nos projetos tendem a ser mais superficiais. Já o ouriço azul, é rápido e pode aprender coisas novas com facilidade. 

É o desenvolvedor que pensa a longo prazo e quer acelerar seu crescimento. Dificilmente vai fugir de situações perigosas. Ainda assim, trabalhar de 40 a 50 horas por semana pode ser uma tarefa exigente. Por isso, a escolha deve trazer satisfação pessoal.

Hábito 10: Ouvir ativamente

Se comunicar é essencial no mercado de trabalho, mesmo para os introvertidos. Ouvir está entre as habilidades mais importantes a serem desenvolvidas. Isso porque a maior parte das pessoas é treinada para responder, não para compreender.

Rocha defende que empresas são apenas aglomerações de pessoas. Para se dar bem, a comunicação deve ser trabalhada. É uma habilidade como programar e precisa ser praticada com a mesma dedicação.

A dica é exercitar o hábito de ouvir ativamente. Observe como está o seu relacionamento com designers, gerentes, desenvolvedores juniores e por aí vai. A gentileza é um traço que também vale apostar.

Hábito 11: Não subestime

Desenvolvedores não costumam ser bons com estimativas e tendem a subestimar projetos longos. Por isso, vale aprender a estimar melhor. O processo nem sempre é fácil, já que as projeções são estritamente individuais e é impossível ser 100% preciso.

A dica do autor é separar tarefas grandes em menores, tornando a precisão das estimativas mais apurada. Se você está gerindo um trabalho, procure ouvir a opinião de quem realmente vai pôr a mão na massa ao definir prazos.

Quando criar a estimativa, dobre. Superestimar costuma ser uma boa postura. A ideia é seguir a lógica do “prometer menos e entregar mais”. É mais válido criar um prazo longo e cumprir com antecedência do que se comprometer com uma estimativa pouco realista e atrasar a entrega.

Hábito 12: Especialista vs. Generalista

Generalistas são pessoas que sabem um pouco de tudo, tem uma boa capacidade para trocar de emprego e são mais flexíveis. Já os especialistas, costumam ser bem remunerados em uma área específica e se tornam mais facilmente autoridades em algum assunto.

Embora generalistas contem com muitas opções, especialistas são valorizados pelo conhecimento mais profundo para resolver problemas em áreas específicas. Todo desenvolvedor se depara com esse dilema e precisa decidir.

Nem sempre há uma resposta clara e pode ser útil observar o ambiente de trabalho e o que sua equipe demanda. Procure sempre se perguntar como você pode ser útil. Às vezes, o sucesso coletivo traz mais benefícios que o individual.

Hábito 13: Controle suas variáveis

O autor defende que você deve se preocupar apenas com o que realmente pode controlar. Muitos desenvolvedores ficaram paralisados com a pandemia de Covid-19 e não faltaram razões para isso.

As notícias que surgiram eram alarmantes e a economia chegou a patamares baixos. O que os programadores não perceberam é que a maior parte das variáveis que os amedrontava sequer estava sob seu controle.

Newton formulou algumas das teorias mais importantes da história quando a peste atacou a Inglaterra. Isso só foi possível porque se concentrou nas variáveis com as quais realmente valia a pena se preocupar.

Hábito 14: Pare de esperar

A maior parte das pessoas reconhece o que quer mudar em sua vida, mas não se dedica o suficiente para conseguir isso. Falta coragem e determinação. Rocha defende que sempre há alternativas para cada dificuldade. Medo de mudar, falta de tempo e dificuldades com o idioma frequentemente são desculpas.

Observe quantas horas você se dedica às coisas que quer realizar. Se não há tempo, acorde uma hora antes, durma trinta minutos mais tarde e reduza o tempo do almoço. Pode não ser fácil, mas certamente é possível.

Aqui, vale a pena deixar o romantismo de lado e adotar uma postura mais prática. As tarefas já podem começar a ser feitas hoje. Viver da forma que você quer pode realmente ser uma questão de escolha.

Notas finais

Mas, já? O 14 hábitos de desenvolvedores altamente produtivos foge das “receitas de bolo” e traz uma percepção sobre produtividade que é fruto da experiência de um desenvolvedor bem-sucedido. Mario, Sonic e Star Wars são referências que tornam todo o assunto muito mais simples.

Dica do 12min

Já que o assunto é produtividade, que tal aprender a desenvolver e controlar os hábitos? Existe um livro que é um guia definitivo sobre o assunto: O Poder do Hábito, de Charles Duhigg. Disponível aqui no 12min.

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Quem escreveu o livro?

Zeno Rocha é um programador brasileiro que atua como Chief Product Officer na empresa Liferay Cloud, em Los Angeles. É apaixonado por código aberto e já trabalhou em algumas das maiores marcas do Brasil, co... (Leia mais)

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